28 de setembro de 2008

A minha semana...

Que ricos dias tenho tido, desde quarta-feira. Riquinhos mesmo.
Ou então não...passo a explicar:
Sabem o que é ter dores de dentes? Para quem não sabe, é mesmo muito mau, para quem sabe não preciso dizer mais nada. Agora vejamos, um dente que de tão inflamado que tá, te incha a cara toda, estão a ver? Pois é, aconteceu-me. O meu lado direito da cara, inchou desde o ouvido ao pescoço, qualquer movimento é uma tentativa de suicídio, tais são as dores. Abrir a boca apresenta-se como uma das tarefas mais complicadas à face da terra, e mastigar? Algo impossível.

Bom não é?

Mas não é tudo. O lado esquerdo não quis ficar atrás do lado direito, então vai daí, e oferece-me uma afta na língua de um tamanho que nunca tinha visto. Eu diria gigante, mas se calhar estaria a ser modesta. Portanto, passar qualquer alimento entre este lado direito e esquerdo, parece-vos giro não é? Não é.

Julgam que é tudo? Não...eu não brinco em serviço. Imaginemos que a comida consegue passar pela zona de risco - boca - depara-se então com um muro, que é exactamente a minha garganta. Pois. A minha garganta, por culpa do dente ou de uma qualquer constipação resolveu se inflamar todinha ao ponto de nem um copo de agua, conseguir engolir.

Imaginam o cenário? Acreditem que dói. É fascinante as coisas que me aconteceram do pescoço para cima, neste dias, incrível!

Mas vá, estou melhor, embora ainda inchada e tal, estou a melhorar.

Mas lá divertido foi...ou não, ou não.

24 de setembro de 2008

Desabafo

Hospitais. Não preciso dizer muito mais do que isto, odeio. Odeio tudo o que possa existir num hospital, desde o cheiro, aos sons, às luzes, passando pelas paredes, corredores, cadeiras, camas…enfim, penso que só não odeio as pessoas, e mesmo assim… todas essas são coisas que passam despercebidas à maioria das pessoas, a mim não. Eu sei. Eu sei que quando entro num hospital, o espaço de tempo até começar a ter uma cólica, não é grande. Eu sei que quando me sento numa cadeira num consultório, tudo dentro de mim se revolta, e penso sempre que desta que vou vomitar. Facto que aliás, já se concretizou. Eu sei que quando me deito numa cama de um Hospital, eu vou chorar.

Eu sei, porque foram vinte e três anos, e porque sei, que ainda não acabou. A única coisa que não sei, provavelmente, é quando irá acabar. Mas bom, não estou aqui para me lamentar, mas sim para descrever um facto estranho. A verdade é que, ao mesmo tempo que sinto repulsa, sinto uma fascinação esquisita. Talvez não fascinação, no fundo não sei o que sinto. Sinto uma inquieta necessidade de me sentir parte daquilo. Como se fosse um corredor deserto, como se fosse uma parede fria, como se fosse uma cama dura, como se fosse mais uma das enfermeiras estagiárias, como se tivesse conhecimento de todas as conversas que lá se fazem. Rio-me sem achar piada, sorrio por fora enquanto mais uma parte de mim é arrancada, lá dentro.

No fundo não passo de mais uma, que ninguém reconhece e que por tantas mãos já passou. O sítio que me tira o sono, é o sítio que me olha sem ver. Aqueles que me tiram o sono são aqueles que nem sequer sabem quem eu sou. Sou mais uma. Mais uma, mais uma ficha. Vinte e três anos.

Sabes



Já não sei fazer conversa contigo. É triste.

23 de setembro de 2008

Há coisas que nunca mudam


Por mais anos que passem, há coisas que nunca mudam.... Lol

22 de setembro de 2008

Desaparece e abraça-me! III

"Meu amor. Amor meu. O meu Príncipe Encantado, aquele que toda a vida esperei que chegasse a cavalo, com uma espada na mão para me salvar de um dragão terrível, como nas histórias de encantar. O meu Príncipe, afinal eras tu, não chegaste num cavalo, mas de mota, na mão trazias o capacete, e enquanto caminhavas em passos largos a distância que nos afastava, apanhaste uma flor, e foi com esse gesto que me salvaste.

Meu amor. Viajo no tempo e vou ao encontro de uma das nossas discussões

- Amorzinho, chega-te aqui ao pé de mim… (suplicavas)

- Amorzinho? Esse não é o meu nome.

- Oh, deixa-te de coisas ‘mor!

- Vamos lá a ver uma coisa, não gosto de diminutivos, nem de alcunhas ou o que for. Gosto de ser chamada pelo meu nome e é assim que quero que me chames. É o meu nome, é aquilo que eu sou, a minha identidade, aquilo que me distingue dos outros. Estamos combinados?

- Não me parece que isso faça muito sentido, mas tudo bem, se é assim que queres. Filipa, chega-te aqui ao pé de mim!

Meu doce Miguel, gabo-te a paciência. Admito agora, que consigo ser muito irritante. No entanto, não deixo de ter razão, o meu nome é tudo o que sou. Por ti, não me importo de por instantes deixar de ser quem sou, vem, abraça-me e chama-me daquelas coisas pirosas que gostas. Por hoje, deixa-me ser o teu amorzinho."

21 de setembro de 2008

Se soubessem...

Simplesmente.

17 de setembro de 2008

Desaparece e abraça-me! - II

"Ontem estivemos juntos, naquele café que sempre me obrigavas a ir. Nunca gostei daquilo, como bem sabes, o raio das pessoas sempre a falarem muito baixinho, as flores em cima das mesas, os empregados com um ar assustador como se fossem a qualquer hora tocar uma serenata – ai de ti que algum dia tivesses tido a triste ideia de me tocar uma serenata – mas, como sabes, fui eu que te convidei para lá irmos, e porquê naquele sítio? Para que visses que eu sei do que gostas e que sou capaz de ultrapassar as minhas vontades para te ver feliz. Não sou assim tão egoísta, meu amor.

A conversa começou bem, foi fluindo bem nas primeiras estações, como é que estás, como é que não estás, e o cão? E os teus pais? Já acabaste aquele livro que andavas a ler? Como estão as coisas lá no trabalho? Até que, silêncio, e a merda do empregado que aparece, com aquele ar de parvo

- Os pombinhos vão desejar mais alguma coisa?

Não imaginas a vontade que tive de o mandar para um outro sítio, bem longe daquela mesa, um sítio bem ordinário. Mas não. Limitei-me a sorrir, “não, obrigada”. Silêncio. Eu:

- Hás-de me dizer o que tem ela a mais de que eu?

- Quem?

- A outra com quem te andas a deitar.

- Estás com ciúmes, é?

(grande parvalhão)

- Ciúmes? Teus? Deixa-me rir… Só estou a meter conversa, além de que tenho curiosidade em saber, confesso, porque raio um badameco como tu, me troca por outra, que nunca poderá ser melhor do que eu.

- Estúpida. Consegues ser tão desagradável.

- Custa-te ouvir as verdades não é meu menino? Pois bem, comigo sabes que é assim, nada fica por dizer.

- Sei sei, bem sei, e é por isso que te deixei, lembras-te? E fica sabendo que ainda não arranjei outra mas tenho a certeza que não será difícil, para ser melhor do que tu, basta que tenha coração.

- Meu grande filho da mãe.

- Que foi? Custa-te ouvir as verdades minha menina?

Não te respondi, digo-te agora, sim, custa. Levantaste-te, pagaste a conta e foste embora. Nem um beijo. Nem sabes o que me arrependi toda a tarde pelos disparates que disse. Não era assim que queria que terminasse o nosso encontro, aliás, não contes a ninguém, mas tencionava trazer-te para minha casa…tinha preparado o quarto ao jeito que tu gostas. As flores, as velas, os lençóis…aqui sentada, olho para este cenário toda e sinto-me vazia.

Onde estarás agora?"

Desaparece e abraça-me!

"Amaldiçoo-o o dia em que me apaixonei por ti. Quase que te oiço dizer agora que essa é típica coisa dita por mim, talvez o seja, mas, meu bem, juro que amaldiçoo-o esse dia. Queres que me sinta culpada pelas tantas coisas que aconteceram, mas eu não me sinto, se tem de haver culpados, podes crer que és tu. Eu disse-te, meu cabrão, eu disse-te que daqui podias levar tudo, menos paixão, porquê que, achando-te mais esperto que eu, me fizeste apaixonar por ti?

Um estúpido, é aquilo que tu és. E eu, parva, deixei-me levar na tua conversa, que me amavas tanto, que eu era a única capaz de te fazer feliz, que já imaginavas os nossos filhos a correrem pela nossa casa ao domingo de manhã, que nunca me ias largar, que nunca ias desistir de mim, que eu era a mulher para a vida toda. Mentiras. És um mentiroso, é aquilo que tu és! Cabrão insensível…pior, cabrão sensível. Só porque eu não me queria casar contigo, só porque eu não te queria agarrar a toda a hora, só porque eu – dizes tu – não tinha ciúmes teus, só porque eu era muito complicada.

“Deves ser bipolar” disseste tu um dia quando quis ir que fossemos para a cama depois de uma discussão. Olha, se calhar sou bipolar, é isso mesmo, e daí? Amei-te, ainda te amo, porque tu me obrigaste. E agora? Deixas-me aqui? Sozinha… a acordar sem ti, a sentir a dolorosa passagem dos dias, a sentir falta do teu sorriso, das tuas piadas estúpidas, de fugir dos teus abraços, oh meu amor, de fugir de ti porque sabia que me ias apanhar e amar-me, sempre, tão bem… Estúpido. Juro que te odeio."

Confissão

Às vezes apetece-me que morras! Sei que é errado... Odeio-te por me fazeres sentir isso!

12 de setembro de 2008

Pensamento do dia

Não permitir que o mau-humor e irritação dos outros destrua a alegria na realização das coisas que gostamos.

11 de setembro de 2008

Desabafo

Irritam-me pessoas egoístas, egocêntricas, arrogantes e invejosas. Cada vez mais.
Não sei, sinceramente, porque ainda me dou ao trabalho...

9 de setembro de 2008

Amores Perfeitos - Fim

"Continuou. Continuou naquela relação, que era a única coisa que tinha. Lembrava-se dos tempos de início, os melhores da sua vida, nunca se tinha sentido tão amada e especial. Sentia-se alguém, com ela. Começou a sentir a esperança das coisas poderem voltar ao que eram, fez tudo para esquecer, e aos poucos foi conseguindo. Ao mesmo tempo que seguía em frente, do seu lado, ia pensando mais em si, e começou a fazer mais coisas por si, por mais que a amasse e quisesse estar do seu lado, queria deixar de se sentir que a sua vida era ela, queria que a sua vida fosse mais, e ela, apenas uma parte. Juntas ultrapassaram a crise, e conseguíram ser mais felizes.

Se houve outra traição? Não, que se saiba, mas no fundo…quem poderá saber?"

8 de setembro de 2008

Intervalo

Faço aqui uma pausa da história Amores Perfeitos para falar de um filme pelo qual me apaixonei, Mamma Mia! Pois é, quem não viu, é favor de ver! Quem está deprimido, é favor ver! Uma vez, duas, três, quantas quiser... O importante é ver. Adorei o filme, é tão animado, divertido, os actores estão muito bem... dá vontade de saltar da cadeira e dançar e cantar!! enfim, vale mesmo a pena!





Pensei que em Portugal se podia realizar um filme baseado nas músicas das Doce, e era um género de um reencontro entre umas senhoras amigas, assim cabeleireiras e assim e um dos diálogos podia ser do tipo:

-Ai mulher, tu lembras-te quando a gente dançávamos e cantávamos a noite toda nos bailes?
-Ai mulher atão não me lembro, era bem bom, olha
(todas)"Bem bom duas da manhã
Bem bom já três da manhã, hei
Bem bom quatro da manhã
Bem bom cinco da manhã, hei
Bem bom já seis da manhã
Bem bom sete da manhã, hei
Bem bom oito da manhã
Bem bom café da manhã pra dois
Sem saber o que virá depois
Bem bom"

Um momento de descompensação...

Amores Perfeitos - Continuação

"Mas por outro lado sabia que não tinha de viver aquilo, era injusto. Claro que estava nas suas mãos acabar mas, e depois? O que podia fazer? a vida que tinham construído, não era tão sua quanto isso. Quando mudou para casa da Joana não tinha nada, como já aqui foi dito. Automaticamente a casa passou a ser das duas, mas na realidade não era assim. Se saísse daquela casa, para onde ia? O seu salário não dava para muito, nem sequer para alugar um pequeno apartamento. Saindo dali perdia todas as regalias a que se tinha acostumado, as roupas, os livros, os dvd’s, as viagens…tudo o que o seu dinheiro não era capaz de comprar. E o carro? O maior representante de autonomia, com ele podia ir onde quisesse e fazer o que lhe apetecesse, sem depender de ninguém, também esse tinha sido oferecido por ela.

E querê-la apesar de tudo. O pior de tudo era as horas em que não estavam juntas. Pensava o que estaria ela a fazer e com quem, só descansava quando as duas dividiam o mesmo sítio…em silêncio pois já nem a sua voz suportava ouvir. Ali estava, numa encruzilhada, era como se sentia.

O que fazer?"

5 de setembro de 2008

Amores Perfeitos - Continuação

"Não suportava traições. Toda a sua vida fora contra qualquer tipo de traição e sempre pensou ser incapaz de perdoar uma. Mas agora…agora que estava a viver aquilo, não sabia o que fazer. Não a podia deixar, não saberia viver sem ela, e sem tudo o que a vivência com ela lhe trouxe. Ao mesmo tempo, não conseguía ser feliz ao seu lado. Sentia-se triste, angustiada, confusa, insegura. Curiosamente, o seu maior medo era perdê-la. Durante muito tempo guardou para si toda aquela situação, não teve coragem para contar a ninguém mas na verdade nem se esforçava muito para disfarçar o seu estado de espírito. Deslocava-se de um lado para o outro com uma apatia que não passava despercebida a ninguém. Pouco falava, e quando falava não era muito coerente no seu raciocínio. Em casa, sozinha enquanto ela estava a trabalhar, sentava-se no sofá com tudo desligado a olhar para nada e a pensar no que fazer.


Às vezes pensava que estava a dar demasiada importância ao assunto, que estava a dramatizar fazendo jus ao que lhe diziam muitas vezes

- “és muito complicada, dramatizas sempre tudo. O que para uma pessoa normal é uma coisa mínima para ti é um enorme problema” "

Contínua...

4 de setembro de 2008

Amores Perfeitos - continuação

"O chão fugiu-lhe dos pés. Nada parecia ter sentido naquele momento. De olhos abertos, nada conseguía enxergar. As lágrimas chegaram e enquanto lhe caiam pela face, questionava-a sobre qual o motivo para destruir assim, o que tinham construído. As palavras que lhe chegavam ao ouvido eram incompreensíveis, como se de uma nova língua se tratasse. Nada fazia sentido. Foi para o escritório e pediu-lhe que a deixasse sozinha. Chorou. Chorou toda a noite, chorou até as lágrimas lhe secarem. Quando o dia amanheceu, foi ao seu encontro e disse-lhe que a perdoava, mas que ia levar tempo a esquecer.

E o tempo? O pior que alguma vez viveu. A partir daquele momento, todo o seu tempo era um pesadelo."

Contínua...

2 de setembro de 2008

Amores Perfeitos

"Dizer que não era nada antes dela, parece demasiado dramático, mas não foge da verdade. Era o quê afinal? Uma pessoa sem grande interesse com uma vida normal, para não dizer completamente desinteressante, alguém que vivia por viver e não possuía quase nada. Depois ela apareceu, e a vida ganhou outra cor, transformou-se em alguém e ganhou uma nova alegria de viver. Já não vivia porque sim, vivia por ela. Ela? Dava-lhe tudo… Deu-lhe uma casa, um carro, viagens, e tudo o que desejava. Deu-lhe a oportunidade de fazer apenas o que queria porque o dinheiro não era problema. Acima de tudo, deu-lhe amor, um amor como nunca antes tinha experimentado. Fez de si, a pessoa mais feliz que acreditava haver. A mais apaixonada, a mais afortunada. Divertiam-se a toda a hora, amavam-se loucamente. Eram felizes… Nunca pensou que aquele tipo de felicidade pudesse existir, nem tão pouco que aquela felicidade pudesse existir em si.


Um dia, a traição. Sim, ela tinha-a traído. Dizer o quê?"

P.S. Contínua...

1 de setembro de 2008

Inspiração

"A vida passa sempre
Tão apressada
Que pouco podes conter
Os dias são ausentes
Sabem a nada
Se te esqueceres de viver
Agarra o teu mundo
Acende os lugares
Onde se escondem os teus sentidos
E não tenhas medo
Se às vezes falhares
O que importa é o caminho
Que fica
Entre achados e perdidos"

Mafalda Veiga