Obrigada por (não) perguntares,
Às vezes apetece, não?
O que penso e todas as coisas que me fazem ser quem sou..
(...) Foi na altura de mais calmaria. Nos meses em que nada em mim se inquietou que tudo começou…não foi preciso muito. Uma imagem talvez. E clic. Sabem, um clic que muda a nossa vida toda? Imaginam? Muda o que são, o que foram, e o que vão ser. Nunca me vou esquecer a calma que senti nos meses antes. Uma calma que provavelmente nunca tinha sentido. E toda a inquietação desde então. E tudo isso, desencadeado por algo tão simples. Foi assim, simplesmente. (...)
Chegou-me aos ouvidos que tinhas saudades. O meu coração bateu com tanta força como a que só tu sabes fazer bater. Mas o meu nome não foi proferido. Disseram que tinhas saudades disto. Das pessoas. Daqueles tempos. Não disseram que tinhas saudades minhas. E eu recuso-me a fazer parte “disto”, dessas pessoas, desses tempos. Não me chegou. Eu sou eu. E eu quero que um dia me chegue aos ouvidos que é de mim que tens saudades. De mim!
Verdade seja dita, eu nunca gostei de acordar cedo! Mas é que é uma coisa mesmo física, fico mal disposta e é capaz de me dar para o vómito. Lembro-me de, nos dois primeiros anos da faculdade, que entrava às 8h da manhã (caraças, até dói de lembrar) acordava 18 minutos antes de apanhar o primeiro de três transportes que me levariam àquele belo (não tanto) edifício branco. Tanta precisão? Sim. Oscilavam normalmente entre 13, 18 ou 23 minutos. E chegava-me perfeitamente para me arranjar e fazer à estrada. Deus me livre de precisar de mais um minuto que seja. Eu queria era dormir!
Caros, longe vai esse tempo. É certo que contínuo a não gostar de me levantar cedo mas há coisas que mudam… com a idade (?!), com a vida (?!). Mudam. Hoje levanto-me uma hora ou uma hora e meia antes de precisar de sair de casa. E é muito natural que me vá atrasar. Também é verdade sim senhora ( que é e eu não sou de mentir) que não tenho de me levantar antes das 7h da manhã, e enquanto assim for, não deve haver vómito, mas mesmo assim…uma hora e meia?! Pois é, pois é…
Hoje eu gosto de me arranjar com calma. Fazer cada coisa a seu tempo. E (a maior novidade), logo eu que não conseguia beber mais do que meio copo de leite de manhã, agora sento-me calmamente (mas mesmo muito calmamente) a tomar o meu pequeno almoço. E isso tudo porquê? Por duas razões muito simples. Primeiro porque preciso de tempo para me mentalizar do dia que aí vem, e segundo porque preciso simplesmente de aproveitar o tempo. De aproveitar todo o tempo do dia. Porque isto da vida ser só trabalho é muito desgastante. E triste. Uma pessoa levantar-se em cima da hora de sair de casa, quando dá por ela ainda nem abriu os olhos e já está no seu estimado (ou nalguns casos nem tanto) emprego. E sai dali já o dia está praticamente no fim, e isto tudo ao fim de uma semana aleija.
Conclusão? Um dia destes começo a levantar-me às 5h da manhã. E vou fazer coisas, assim muitas. E quando chegar a hora de picar o ponto (que é como quem diz, entrar no emprego) já vai o dia quase a meio e uma pessoa aproveitou. E sabe que a vida não é só aquilo. Não é, pois não?