31 de março de 2008

Recordações..

Assim como há os dias, há as noites em que nos pomos a recordar coisas que nos aconteceram. Vidas que acima de tudo, foram as nossas. Parece tão distante, a infância, a adolescência.. e no entanto foi ontem. Se não fosse o facto de fazerem parte das nossas memórias, quase duvidava que tivessem de facto acontecido.

...esperei por ti. Essa é a maior conclusão. De facto, durante muitos anos esperei por ti, fechei os meus olhos a tudo à minha volta. As coisas só estariam bem quando tu voltasses. Tanta coisa que aconteceu à minha volta, que me aconteceu e que eu senti e nunca percebi porque não as entendi na altura certa. Mas agora entendo, isso aconteceu porque estava (ou julgava que estava) à tua espera. Se formos chamar as coisas pelos nomes eu diria que o “amor” que sentia por ti não foi mais que uma forma de infância prolongada até à idade adulta. Aquelas histórias de príncipes e princesas, todos ouvimos, todos durante um tempo acreditamos que são verdadeiras. Esperar por alguém, dá sentido às coisas. Durante muito tempo, foste o sentido que dei às coisas. Foste a escapatória à minha realidade. Foste a minha defesa, foste o que me permitiu ser igual às pessoas da minha idade. Foste saudade com o maior sentido e intensidade que poderei dar à palavra. Saudade que ainda és hoje.

Já não espero por ti. No dia em que deixei de te esperar, muita coisa perdeu o sentido, mas outras ganharam entendimento. Não espero por ti. Mas queria saber de ti, queria muito saber-te bem na vida. E sabes, há aquelas coisas impossíveis que desejamos com muita intensidade nas nossas vidas, para mim, uma delas é que tivesses estado na minha vida durante todo estes anos. E umas das minhas maiores curiosidades será saber até que ponto eu seria eu, se tivesses estado.

Há rebeldias que realmente...

Em dia de recordações, porque há sempre coisas a recordar que nos fazem sorrir, recordei-me (recordamos-nos) da primeira vez (e a única a bem ver) que fomos parar ao concelho executivo. Sim, eu já lá tive. Com quem? Com a minha querida amiga C. (fica C. porque ainda tenho medo que nos venham buscar). Ora e porquê?– perguntam vocês que há muito tempo que não perguntavam nada - , eu digo-vos.

Mas vocês continuam, “andaram à porrada com alguma professora por causa de um tlm?” Não. “Atiraram com mesas de um lado para o outro?” Não. “Incendiaram alguma coisa numa sala de aulas?” Não. Podem continuar uma vida toda a lançar hipóteses que é provável que nunca descubram. Assim, eu poupo-vos o trabalho e vou contar. Juro que vou. E é agora. Lá vou eu, “oh p’a mim”.

Ora bem, a situação ocorreu no meu 12º ano na Escola Secundária de Odivelas, pena não me lembrar do nome dos intervenientes. Em primeiro lugar é importante referenciar uma nota : naquela altura era obrigatório apresentar o cartão da escola sempre que queríamos entrar na mesma.

Num certo intervalo de uma aula de duas horas (provavelmente naqueles intervalos maiorzitos) eu e as minhas colegas resolvemos ir lanchar a um café perto da escola. Fomos, quando voltamos na pressa de irmos para aula criou-se o problema. A minha querida amiga C. não tinha o dito cartão. Rapidamente encontramos uma solução, entravamos e uma de nós (neste caso, eu) passava o seu cartão pelas grades à C. e ela quando entrasse mostrava de relance e ninguém percebia, estava feito e podíamos ir sossegadas para a AULA. (acho importante realçar que a única coisa que queríamos de facto era ir para a aula, não queríamos ir arruinar nada nem ninguém, queríamos simplesmente ir para a aula, aprender coisas já que era para isso que andávamos na escola). Nós, e a nossa rebeldia!


Pois bem, a situação não correu bem. A C. foi apanhada, confiscaram-me o cartão e não a deixaram entrar. “Oh senhor mas nós só queremos ir para a aula, vá lá, deixa a rapariga entrar, por favor!” . Mas o senhor tinha a sua função e impedir uma aluna de ir à aulas fazia parte das suas funções. Pois bem, “a professor que venha cá dizer-me que a conhece e que eu a posso deixar entrar e eu deixo!” . Não pensem que ele não conhecia a C., porque naturalmente conhecia bem a cara dela e sabia que ela estudava ali. Lá fomos nós “oh senhora professora ai ai que não deixam a C. entrar na escola, tem de fazer alguma coisa” a senhora professora indignada pelo displante de uma aluna querer entrar na escola disse logo “não tenho nada a ver com isso”. Bom, a coisa lá se resolveu não sei bem como e a C. conseguiu entrar na escola e ir à aula, claro que quando entrou na sala a professora olhou para ela com o maior desprezo no mundo e acho natural, há atitudes que realmente merecem desprezo, e essa está no topo da lista. Uma pessoa a querer ir a assistir a uma aula. Palavra de honra. Adiante.

Não pensem que a história acaba aqui, não... estávamos nós, muito sossegadas na dita aula quando entra por ali a dentro alguém (não me recordo se uma auxiliar de educação ou uma das senhoras do concelho) e chama-nos para ir ao dito concelho. E lá fomos nós, muito aflitas com a nossa rebeldia, “ai ai e agora o que nos vai acontecer?”. Lá fomos, sentaram-nos numa sala com mais umas quantas senhoras do concelho (não me lembro quantas mas sei que eram algumas) e meus amigos, o sermão que nos deram, que isso não se fazia e mais não sei quê e “agora vamos ficar-lhe com o cartão que é para aprender” e eu “mas então assim como é que eu entro na escola meu Deus?”.Um horror! Acho que nunca me devo ter sentido tão criminosa. Nós só dizíamos “mas nós só queríamos ir à aula, não foi por mal”. Por fim, lá me devolveram o cartão e nos deixaram ir, certamente que devemos ter ficado no livro negro mas conseguimos continuar a ir às aulas!

Ora, tudo bem, tentamos enganar o senhor do portão para entrar na escola, mas vá lá, a única coisa que queríamos era ir à aula, tanto que até foi lá que nos foram buscar para ir ao concelho. Justifica-se? Hoje em dia o mundo está como está, alunos que agridem os professores por causa de telemóveis, só não passam impunes porque a história sai para praça pública. No meu tempo, a minha maior rebeldia foi ajudar uma amiga para poder ir à sua aula. Há coisas no mundo que fazem muito pouco sentido. Mas, C. por ti, seria assim, rebelde a esse ponto, o resto da minha vida! Desde que sejas uma pessoa formada, é tudo o que quero! Que me levem ao concelho, confiscem o cartão, me levem para a prisão, nas trevas nunca hás-de ficar! Eheh =)

29 de março de 2008

A ouvir... XAILE!!!!


Um dia quando for crescida (e tiver um emprego) vou ter este Cd. Juro que vou!





"Xaile é um espectáculo excitante, num contexto performativo cheio de festa e de mistério, de força e de sentimento, com uma linguagem poética e musical totalmente portuguesa porém totalmente contemporânea."





Altamente viciante... Gosto!

28 de março de 2008

Dias cinzentos..

Sinto-me estranha ao caminhar pelas ruas, como se já não me pertencessem. Não sei se as ruas não me pertencem ou se eu não pertenço às mesmas... Ausente. Sinto-me estranha, como se aquele não fosse mais o meu lugar e as pessoas, ao olhar para mim, percebessem. Não pertenço ao mundo. O mundo não me pertence. O mundo fora da fortaleza que me protege, já não é meu. Aqui, dentro destas paredes, destas portas, sinto-me protegida. Aqui, eu existo. E enquanto percorro o espaço entre uma divisão e outra, a minha única preocupação é apenas essa, percorrer. Aqui, posso não ser Eu porque não preciso. Aqui, sou apenas Eu, e isso chega-me. Hoje, qualquer contacto com o mundo exterior me aflige. Como se não fosse bem vinda. Nos escassos contactos, uma parte de mim sai sempre dorida. A realidade assusta-me. Enfrentar. Dói-me.

26 de março de 2008

Venha Abril...

... o mês dos regressos!























O que será que isto diz sobre mim?

Sonhei que eu era uma personagem dos Simpsons (que por sinal éramos bastante altos) e ia à cerimónia dos Óscares que se situava por acaso aqui mesmo por Odivelas, mais concretamente na zona onde a minha avó vivia.

Serei normal? Sinto-me estranha...

24 de março de 2008

Travesti!

"(...)
Eu sou travesti!
Tu és travesti!
Com quantas mentiras
Nós todos vivemos
Com que fingimentos
Rimos e sofremos
São regras do jogo
Que todos jogamos
Até sem saber,
Travesti da vida,
É estar a viver
(...)"

Varela Silva

Ontem deixei-me viajar...


Num País chamado Simone!





E como gostei dessa viagem.. É a existência de pessoas/ mulheres como Simone de Oliveira que me faz gostar do meu País, Portugal. É certamente um dos maiores nomes femininos do nosso País. É uma diva!

23 de março de 2008

Coisas que me fazem rir?


Sou capaz de ver os mesmos os episódios durante toda a minha vida, e tenho impressão que me vou rir sempre como se fosse a primeira vez.

São praticamente a minha melhor companhia dos últimos tempos.

20 de março de 2008

Ressaca

Ter de esperar até dia 24 de Abril por novos episódios.. Grrr!!! Não há direito.. E eu que já ando aqui a ressacar há tantos e dolorosos dias!

19 de março de 2008

Porque existem...

... personagens que deixam saudades...

E mulheres que marcam...

16 de março de 2008

Gosto de café!


Gosto de café. Gosto. Lembro-me da primeira vez que bebi um café de máquina, não gostei. Odiei para ser mais exacta. Não entendi o porquê das pessoas gostarem tanto de um café. Passados alguns anos a posição é outra. Gosto do sabor sim. Nem muito quente nem muito frio, nem muito amargo nem muito doce, um café simplesmente. Não do tipo “um bica em chávena escaldada por favor” ou “queria um café curto se não se importa”, nem mesmo “dê-me um café cheio com dois pacotes de açúcar”. Não. Um café simples, do género “é um café se faz favor”. E é. Bebe-se, sabe bem, e vai-se onde se tem de ir.

Ausente



"Adeus oh minha gente

Venham ver-me à despedida
Nasci no lado errado
No lado errado da vida
Partindo fico ausente
Nem memória vou guardar
Ai! Adeus oh minha gente.."

15 de março de 2008

O "senão" dos livros..

O triste dos livros é que sabemos que mais tarde ou mais cedo vão chegar ao fim. E sabemos que brevemente as personagens que passámos a adorar ou odiar, que passam a fazer parte da nossa vida, vão deixar de existir. O triste dos livros é que temos vontade de chegar ao fim rapidamente para sabermos como acabam as personagens que "adoptamos" e ao mesmo tempo queremos nunca chegar ao fim, para que nunca deixemos de saber o que se passa com essas mesmas personagens.

O triste dos livros são as saudades que deixam. Muitas vezes, as saudades que deixam antecipadamente.

Humor/Vida



Apesar de ser apenas um vídeo humorístico e ter realmente muita piada, não fosse do grande Ricardo Araújo, consigo ver tanta gente a dizer as mesmas palavras. Tanta. É triste.

Adenda ao post anterior

Caros, reparo agora que pode acontecer alguma confusão. A segunda frase não é da autoria de António Lobo Antunes, é de uma autoria desconhecida. Pelo menos para mim.

Achei importante passar essa informação!

13 de março de 2008

Deu-me que pensar..

"Se te apetecer voltar toca a campainha três vezes e carrego naquele botão que abre a porta da rua. e se me avisares com antecedência compro um bolo. Quando não estiveres cá e me sentir sozinho como as migalhas que sobrarem. Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam!"

António Lobo Antunes

"O amor é uma coisa. A vida é outra."

Um livro?

O livro que estou a ler.
"O amor não espera à porta" de Marisa de Los Santos

Surpreendente no modo de escrever, ligeiro, ingénuo, divertido, verdadeiro...
Dos que fazem ver a vida como é. Não trata apenas do amor romântico, aliás, esse nem é o principal.
Vou a meio mas já está a valer a pena.

E vocês?

Provavelmente.

Acordou em mim um outro alguém. Já não consigo ser quem era. Hoje caminho sozinha, talvez até prefira assim. As palavras que me deveriam servir de consolo, que me deveriam confortar, ferem-me brutalmente, como se de uma faca afiada se tratassem. Não me fazem mais forte, não. Talvez o erro seja meu.